Caros amigos/as, muita paz e alegria no Cristo Ressuscitado! Bem, aqui paz é o que mais precisamos. Um dia ela chegará, mesmo que a passos lentos. Aqui em Juba estamos bem. Na área de nossa missão em Leer, porém, ainda há problemas, como em toda a região do grande Upper Nile, na Diocese de Malakal. Há dois dias falei com um catequista de Leer por telefone satélite. Ele e mais alguns catequistas e suas famílias estão morando em nossa casa e cuidando da igreja na missão. Dia primeiro de maio foi a festa de São José Operário, o padroeiro da paróquia de Leer, uma grande festa por lá. Imagino a tristeza do povo sem essa festa por causa da guerra nesse ano. Tristeza nossa também. A missão continu suspensa por causa da guerra. Um dia haverá júbilo! O povo de Leer começa a voltar do mato para a cidade. Isso porque os rebeldes estão em controle da área, são quase todos da etnia Nuer. Quando as tropas do governo estavam no controle, o povo temia sair do mato e ir para Leer.
Não tem havido combates, mas o governo pode atacar a qualquer momento com suas tropas para retomada do controle da área que é rica em petróleo. O maior problema para o nosso povo lá no momento é a falta de alimentos. Por causa das disputas pelo controle da área e insegurança, tem sido difícil levar alimento. Há, esperanças, porém, que a situação continue 'calma' e possa permitir uma avaliação e distribuição de alimetnos. Recebemos ajuda para o povo mas não temos como ajudar a todos por causa dessa situação. Algumas agências, graças a Deus, conseguem chegar em muitas áreas. Conseguimos mandar alguma ajuda pelo menos para alguns catequistas da missão. Por enquanto, como Congregação, ajudamos de várias maneiras as pessoas que estão nos dois campos de deslocados de Juba e a muitas outras em diferentes regiões. A terceira rodada das negociações de paz foi iniciada em Adis Abeba esta semana. Como sempre caminha em passo lento. Ora bem, se Deus quiser daqui a uns 15 dias chegarei a São Luis (18 de maio) e dois dias depois chegarei em Balsas para descanso e continuar a recuperação dos traumas da guerra no meio da minha família. Vai ser muito bom poder voltar ao Brasil por dois meses. Tem muita coisa boa pra gente partilhar, sobretudo a vida. Desejo um mês de maio abençoado para todo mundo. Um abraço em toda essa brava gente. Fiquem com Deus e muito axé. Continuem rezando pela paz e reconciliação no Sudão do Sul.
Pe. Raimundo Rocha, mccj – Juba
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